Nas últimas décadas, notou-se um aumento significativo no consumo de produtos veganos, principalmente nos alimentícios. Os alimentos veganos na indústria constituem um nicho de mercado em ascensão; de acordo com esta pesquisa, anualmente movimentam-se R$ 55 bilhões devido à alimentos vegetarianos.

Apesar de existirem notáveis diferenças entre veganismo e vegetarianismo, grande parte dos alimentos de um se enquadram no outro. Antes de explorar mais a fundo os mercados e produção de alimentos na indústria vegana, convém defini-los e entender um pouco mais sobre o veganismo.

O que são?

Alimentos veganos são aqueles que não se originam a partir dos animais, como sementes, plantas, grãos, alguns alimentos processados que independem de animais, entre outros. Normalmente estes alimentos possuem uma carga menor de carboidratos, gorduras, colesterol e açúcares, embora possam manter um bom sabor.

Os alimentos veganos na indústria diferem-se dos vegetarianos pois estes podem incluir produtos oriundos de animais, desde que não sejam carnes. Como por exemplo ovos, leite, queijos, mel, etc…

Curiosamente, vale notar que existem alimentos veganos que imitam alimentos não veganos, como hambúrgueres com carne de soja ou gelatinas saborizadas com texturas específicas e salsichas veganas, estes fazem parte do grupo de alimentos veganos processados, lembrando que o fato de um alimento ser processado não implica que este deixe de ser vegano.

Mentalidade vegana

De acordo com o healthline, existem vários motivos para que alguém seja vegano, bem como vários tipos de veganismo. No quesito de ética, considera-se principalmente a crueldade à qual submetem-se os animais. No quesito da saúde, consideram-se as doenças que são propiciadas por uma dieta inadequada. Também estão as questões ambientais atreladas principalmente à insustentabilidade da pecuária.

Existem vários tipos de veganos e veganas, aqueles que se restringem apenas a alimentos veganos, mas utilizam outros produtos não veganos; aqueles que comem somente comida processada vegana, como carnes veganas; aqueles que comem apenas alimentos crus; e vários outros. Entender esta mentalidade é fundamental para compreender o público-alvo antes de produzir alimentos na indústria vegana.

Mercado no Brasil

Após entender a mentalidade vegana conclui-se que o mercado de alimentos veganos na indústria tende ao crescimento, de acordo com esta pesquisa. Isso se deve à preocupação com mudanças climáticas. Alguns dados da SVB nos dizem que 14% da população brasileira se declara vegetariana, e que existe um crescimento próximo à 40% ao ano no mercado de produtos veganos. Também afirma-se que a demanda por alimentos veganos é maior que a oferta.

O Google Trends também é uma ferramenta interessante para explorar este crescimento, mostrando que o volume de buscas sobre veganismo duplica-se a cada ano, então a cada ano o número de pessoas interessadas neste mercado aumenta consideravelmente.

Vale notar que no Brasil a concorrência dentre este mercado ainda é baixa, por ser relativamente novo. Conclui-se então, que no Brasil o cenário de alimentos veganos na indústria é extremamente favorável, e fazendo investimentos inteligentes pode se obter muito sucesso.

Produção dos Alimentos e Equipamentos

O aspecto principal na produção de alimentos veganos na indústria é o controle. É fundamental que não hajam testes em animais nem nada que utilize animais, isso pode se tornar um desafio ao considerar fornecedores, que podem acabar fornecendo produtos não-veganos, como por exemplo corantes de extratos animais.

Talvez o principal desafio seja o mantimento das características nutritivas e sensoriais do alimento. Qualquer deterioração pode alterar drasticamente esse aspecto.

O envase também possui seus desafios, o material errado ou a armazenagem e transporte errados podem causar problemas de conservação, e alterar o sabor do produto. Os equipamentos dependem do alimento que se quer produzir, mas são semelhantes ou até mais simples que os utilizados para produção de alimentos não-veganos, como fornos, secadores e misturadores.

Tendo em vista a dificuldade de garantir que os alimentos veganos na indústria sejam de fato veganos, criou-se certificações que possuem requisitos para essa garantia, estas certificações são os selos de veganismo.

Selos de veganismo

No Brasil, o selo mais importante é o Certificado Produto Vegano SVB, da Sociedade Vegetariana Brasileira. É um selo dado à produtos, não à empresas ou marcas. De acordo com o site da Sociedade Vegetariana, o selo certifica que tal produto não possui ingredientes de origem animal; a empresa não realiza testes em animais e os fornecedores não testam ingredientes em animais.

Existem múltiplos benefícios de ter o selo, para os consumidores é bom pois é uma garantia do que aquilo que estão comprando é de fato vegano, e para as marcas é bom pois além de aumentar significativamente suas vendas, é possível divulgar seus produtos na SVB.

O piso da taxa anual de licenciamento é de R$ 850,00, variando de acordo com o porte da empresa, complexidade do produto e outros fatores, mas é um investimento a se considerar, tendo em vista o possível retorno.

Como começar a produzir?

Inicialmente, é feito um estudo de viabilidade para estudar o caso e suas particularidades, assim sabemos se o negócio será lucrativo, analisamos a complexidade do caso, em suma descobrimos se o projeto é de fato viável. Após isso, podemos oferecer um Plano de Negócios para o seu produto, com a finalidade de inseri-lo no mercado com sucesso.

Também é possível fazer um Dimensionamento de Equipamentos para selecionar quais equipamentos serão utilizados no processo produtivo, para garantir a maior eficiência e lucro do processo.