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Problemas em testes com amostras laboratoriais


Na atualidade o controle de qualidade dos produtos vem ficando cada vez mais rígido, dessa forma análises laboratoriais são pré-requisito para qualquer indústria, seja ela do ramo alimentício, farmacêutico, petroquímico, de cosméticos, saneantes, polímeros e várias outras diversificações no ramo empresarial. 


Toda análise laboratorial é dividida em 3 partes: 


  1. Fase Pré-Analítica: É a fase inicial em que se adquirem as amostras necessárias e são preparados os materiais de estudo, nessa etapa estão inclusas: coleta da amostra de estudos, armazenamento, transporte, preparação para análise.
  2. Fase Analítica: É a fase em que a grande maioria dos laboratórios já emprega muito da parte de automação, pois com as amostras já previamente preparadas, na atualidade os computadores acabam por avaliar a composição dos componentes químicos, e fornecem os resultados necessários para averiguar o resultado da análise.
  3. Fase Pós-Analítica: É a fase em que se usa os resultados obtidos na fase analítica, e compara-se com os resultados teóricos e com isso consegue-se concluir algo pela pesquisa laboratorial, em exames biológicos é nessa etapa que é dado o laudo médico do paciente por exemplo, pois com o resultado é possível concluir se há ou não alguma irregularidade.


Todavia, algo comum em estudos conduzidos por diversas universidades e instituições, disponíveis no Google Acadêmico (https://scholar.google.com.br/scholar?q=), apontam que os maiores erros das análises em laboratório ocorrem na fase pré-analítica. O laboratório Fleury, apontou em uma recente notícia que cerca de 70% dos erros cometidos nos exames são resultados da fase inicial do processo de coleta de amostras, como pode ser verificado na seguinte matéria: https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/exames-laboratoriais-e-a-importancia-dos-cuidados-pre-analiticos


Dos problemas diversos enfrentados pela comunidade científica ao analisar amostras em laboratório, pode-se dividir os empecilhos em 3 grandes pilares, os quais são descritos abaixo:



Amostragem


A amostragem é caracterizada como o processo de remoção de uma parcela de um todo, a qual seja representativa e suficiente para que sejam realizados estudos sob essa amostra. Essa etapa é dividida em:


  • Amostra: porção que representa o total, representa toda a população de interesse, podendo ser uma amostra composta que a junção de várias amostras coletadas em locais diferentes dentro da população de interesse;
  • Sub-amostra: Quando a amostra é homogeneizada e dividida entre diversos laboratórios, ou quando uma pequena parcela é levada para o laboratório;
  • Amostra laboratorial: A amostra preparada dentro do próprio laboratório a partir da sub-amostra ou da amostra (quando possível);
  • Alíquota para análise: Material pesado e selecionado, extraído da amostra laboratorial previamente preparada;


A amostragem deve refletir a composição média do todo, e é considerada a etapa mais difícil do processo de preparação das análises laboratoriais.


Nela diversas vezes ocorrem procedimentos inadequados de manuseio ou armazenamento, gerando contaminações poeira, aparelhos ou com o próprio contato com o operador das amostras, gerando assim divergências nos resultados obtidos.



Tratamento de amostras


Em uma etapa mais avançada do estudo científico, as amostras coletadas devem ser tratadas para serem analisadas posteriormente, nessa etapa ao serem utilizados reagente químicos para tratamento e aparelhos, tais como moedores, peneiras, estufas; pode ocorrer contaminação das amostragens. 


Como pode se verificar no documento http://www.ufjf.br/nupis/files/2016/04/aula-10-Preparo-de-amostras.pdf, em que fora extraído um trecho do livro Métodos de preparo de amostras – fundamentos sobre preparo de amostras orgânicas e inorgânicas para análise elementar, editado por F. J. Krug, 1ª edição, 2008; uma das principais causas de erros na etapa de tratamento da amostragem é justamente a contaminação por aparelhos, ferramentas, reagentes, ou até mesmo reações químicas incompletas que geram formação de complexos ou que sejam reações indesejadas como oxidações, trocas iônicas ou até mesmo formação de precipitados.



Calibração


Por fim, dos 3 erros mais cometidos nas análises laboratoriais, é também algo muito comum a calibração dos equipamentos como balanças desreguladas ou vidrarias deformadas. Ou algo mais complexo, como o uso de soluções padrões inapropriadas, muitas vezes a reação da solução padrão inapropriada com a amostra analisada gera soluções instáveis que estragam toda a leva de análises, além de funções matemáticas que pretendem descrever ou prever os resultados mas acabam tendo sua formulação de maneira equivocada, o que gera conflitos entre os resultados teóricos baseados no modelo matemático e os resultados práticos da análise. 


Esse tipo de erro de calibração muitas vezes gera confusão nas análises pois nem sempre é fácil identificar a causa da falha do estudo, sendo assim, as vezes um erro na formulação matemática, ou um erro de medição por um aparelho desregulado causa um processo de reboot de toda a análise em questão.



Conclusão


Como verificado acima, o processo de preparação de amostragem laboratorial é de maneira geral mais complexo e importante do que a própria análise em si, e portanto, é necessário que sejam seguidas boas práticas de conduta em análises laboratoriais, que nada mais são que atitudes que garantem o controle de qualidade dos estudos conduzidos em ambiente controlado.