Das 8,9 bilhões de toneladas de plástico produzidas desde 1950, a grande maioria ainda não foi consumida pelo meio ambiente (Revista FAPESP). A difícil e lenta decomposição desse material, que pode levar de 200 a 400 anos, afeta múltiplos ecossistemas, provocando acúmulo exorbitante de lixo no planeta. Como resposta a esse cenário, emergiu no mercado um substituto sustentável: o bioplástico.
Com propriedades semelhantes às do plástico convencional, os bioplásticos são reconhecidos por serem biodegradáveis, ou baseados em fontes renováveis. Embora o alinhamento da indústria de biopolímeros com pautas ambientais lhe garantiu crescente popularidade, ainda existem desafios para aumentar sua escalabilidade.
O que são bioplásticos?
Os bioplásticos podem ser ramificados em dois seguimentos: ser biodegradável, e ser produzido a partir de fontes renováveis. Os plásticos biodegradáveis são aqueles cuja compostagem, em circunstâncias adequadas, tem duração aproximada de 180 dias. Esse processo, protagonizado por micróbios, resulta na liberação de matéria orgânica (biomassa), água e dióxido de carbono (CO2).
A decomposição acelerada desses materiais contrasta com a dos plásticos convencionais, os quais demoram centenas de anos para retornarem ao meio ambiente. Ademais, tem-se os bioplásticos baseados em fontes renováveis. Estas possuem impacto ambiental reduzido em comparação às fontes não-renováveis, como os compostos petroquímicos, utilizados na produção de plásticos convencionais.
Reproduzido de Revista FAPESP.
O processo por trás da produção dos bioplásticos
No que tange a produção industrial de biopolímeros, o seu processo produtivo, assim como maquinário, dependem do tipo de bioplástico fabricado. Isso decorre do manuseio da matéria-prima, que é submetida a processos diferentes para obtenção do polímero final. Devido a isso, faz-se necessário um estudo aprofundado das especificidades de cada linha de produção. Para maior detalhamento, utiliza-se como exemplo os bioplásticos produzidos a partir de biomassa.
Dentre as matérias-primas já utilizadas no processo, tem-se o amido de milho, cana-de-açúcar, mandioca, fibras, celulose e óleos vegetais. Assim, para transformar esses materiais em polímeros, os compostos orgânicos são inicialmente solubilizados com substâncias dispersantes e plastificantes, de modo a formar uma liga plástica. A substância gelatinosa originada é, então, desidratada, formando um composto polimérico.
Visto que cada bioplástico apresenta fabricação própria, a seguir estão resumidos alguns bioplásticos, considerando aspectos determinantes de sua produção:
- Bioplástico de poliamida (PA): tem como matéria-prima a biomassa, como exemplo o óleo de mamona. Apresenta como contraindicação o caráter não biodegradável e não reciclável da poliamida.
- O Bioplástico de polibutileno tereftalato adipato (PBAT): produzido a partir de derivados de petróleo, porém, é biodegradável.
- Já o Bioplástico de polibutilenossuccinato (PBS): biodegradável e integralmente feito a partir de fontes naturais.
- Bioplástico de poliácido láctico (PLA): produzido a partir da fermentação bacteriana de compostos vegetais para formação de ácido lático.
- Bioplástico feito a partir de algas.
Com base no exposto acima, é visível que as possibilidades de produção dos bioplásticos variam em complexidade, matéria-prima e linha de produção. Portanto, é reiterada a importância de estudo prévio para garantir sucesso na sua fabricação.
O bioplástico realmente pode substituir o plástico convencional?
Um dos fatores a favor da adesão de bioplásticos é a sua versatilidade. Além de possuir propriedades semelhantes à dos plásticos convencionais, os bioplásticos já substituem seus precursores em múltiplos setores. Desse modo, sua aplicação está presente nos setores de bens de consumo, eletrônicos, automotivos, construção civil e têxteis. Não obstante, o segmento que lidera o mercado de bioplásticos é o de embalagens, que representa 43% da produção de biopolímeros em 2023 (European Bioplastics).
A indústria alimentícia é um forte exemplo, visto que bioplásticos são amplamente utilizados para produção de embalagens de alimentos. As embalagens feitas a partir de bioplásticos são uma alternativa menos prejudicial para o meio ambiente.
Do ponto de vista industrial, um dos segmentos de bioplásticos apresentou acelerado crescimento de produção nos últimos anos. Trata-se dos drop-in, considerados versões híbridas dos plásticos convencionais, com composição total ou parcial de base biológica. Essa categoria de bioplásticos mantém as funcionalidades e propriedades do plástico tradicional, derivado do petróleo. Em termos técnicos, isso significa que podem ser submetidos aos mesmos processos que seu precursor, seguindo as rotas produtivas dos plásticos convencionais. Desse modo, não é preciso investir em nova infraestrutura e maquinário para sua produção, reduzindo custos. Em contrapartida, trata-se de um plástico não biodegradável, degradando o meio ambiente ao ser descartado.
A dificuldade de conciliar as demandas da indústria por um substituto para o plástico, e o crescente interesse do público por produtos mais renováveis, representa um grande desafio para a indústria de biopolímeros.
Desafios para escalabilidade da indústria de bioplásticos
Além das vantagens da substituição dos plásticos convencionais por bioplásticos, existem tecnologias em abundância no mercado para sua fabricação. Apesar disso, sua produção representa menos de 1% da fabricação anual de plásticos no mundo. Essa defasagem de produção reside no custo elevado da matéria prima, quase o triplo da do plástico convencional (Revista FAPESP). Somado a isso, o parque industrial atual está equipado para a produção do plástico convencional. Isso resulta na ausência de maquinário adequado para a produção de biopolímeros. Além da questão financeira das indústrias, há também o quesito de aceitação de custos mais elevados pelo público consumidor, o que pode diminuir sua adesão.
Como tornar-se um diferencial no mercado ao adentrar à indústria de bioplásticos?
Os pontos acima expostos reiteram a necessidade de um estudo completo para implementação da linha de produção do bioplástico. Isso ocorre, pois é preciso definir a matéria-prima, as rotas produtivas, além da viabilidade da produção. Tendo esses fatores analisados cautelosamente, a substituição de plásticos convencionais por bioplásticos simbolizará um grande diferencial para sua empresa no mercado. Além de agregar valor a sua imagem e produtos através do marketing verde, sua empresa estará alinhada com uma visão mais sustentável e ecológica do mercado.
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